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Ação pede paralisação das obras do porto

Processo foi aberto por membros do sindicato dos Arrumadores, que acham que o trampo é de responsabilidade do Teconvi. Dona justa decidirá o futuro do conserto no cais.

A obra de recuperação do porto de Itajaí tá nas mãos da juíza Iolete Maria Fialho de Oliveira, da 16ª Vara Federal de Brasília. Nos próximos dias, a dotora decide se manda ou não parar o trampo de reconstrução do porto.

Isso tudo porque dois peixeiros, Luiz Carlos da Silveira e Julio Cesar Gaya, que trampam como arrumadores no porto, entraram com uma ação na dona justa pedindo a anulação do contrato feito entre a secretaria Especial dos Portos e o consórcio TSCC, formado pelas empresas Triunfo, Serveng, Civilsan e Constremac, que toca a obra.

A alegação é que a empreitada, bancada com grana pública, vai favorecer o Teconvi, que é um terminal privado. Além disso, os arrumadores afirmam que empresas que compõem o consórcio têm participação no Portonave e, por isso, não teriam interesse em agilizar a obra no terminal peixeiro. Uma delas seria a Triunfo, conforme já foi publicado pelo DIARINHO em novembro de 2008.

Mas o nome da empresa não é confirmado pelos arrumadores. “Não queremos parar a obra, queremos saber por que tanta demora e se o dinheiro público é usado corretamente”, diz Julio, que trampa como arrumador há mais de 15 anos no porto e faz parte do sindicato da categoria.

O assessor jurídico do porto, Henry Rossdentscheur, falou que a ação não tem pé nem cabeça, já que a administração portuária é federal, e não do Teconvi. Ele disse que, no contrato firmado entre o porto e o terminal privado, tá estipulado que a empresa precisava reforçar os berços de atracação, o que não foi feito. “Essa obra de reforço estava no começo, quando a enchente destruiu tudo, em novembro de 2008. O contrato não prevê que eles reconstruam o porto”,afirma.

Agora, o departamento jurídico do porto resolveu rever o contrato com o Teconvi e instaurou uma ação administrativa junto à agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) pra bizolhar o contrato de arrendamento. “Vamos reequilibrar, rever os preços. Já que a empresa (Teconvi) não pôde fazer o reforço por causa da enchente, terá que compensar”, avisou.

Sobrou até pro presidente

Como o contrato pra arrumar o porto é federal, a ação civil pública bota tudo que é bagrão na roda, desde o prefeito de Itajaí, Jandir Bellini (PP), até o ministro dos Portos, Pedro Brito, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Quem tem que dar início à defesa é a Advocacia Geral da União e, por enquanto, o porto tá de mãos atadas.

O fato de a União bancar a obra, que favorece o Teconvi, já foi questionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em agosto de 2009. Na época, o procurador-geral do Tribunal, Lucas Rocha Furtado, recomendou que o Teconvi assumisse a sua parte no custeio da reconstrução do berço 1, que não foi reforçado, como previa o contrato. Atualmente, cerca de 700 peões tocam a obra de reconstrução dos berços do terminal, em três turnos de trabalho

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