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Fiesp cobra medidas para proteger produção nacional

Diversos setores da indústria nacional vem sendo prejudicados pela concorrência com os produtos importados, afirmou ontem, dia 27, o diretor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Gianetti da Fonseca. O executivo afirmou que, ao permitir a valorização do real frente ao dólar - barateando as importações de produtos manufaturados - o país está deixando de aproveitar o crescimento do mercado consumidor interno para aumentar a produção local e fortalecer o parque industrial brasileiro.

De acordo com Giannetti, além de o crescimento da indústria brasileira estar aquém da ampliação do mercado interno, as exportações de manufaturados têm diminuído ano a ano. Resultado, segundo ele, da perda de competitividade em consequência não apenas da taxa de câmbio desfavorável para os exportadores, mas também pela alta carga tributária e pelas deficiências de infraestrutura e de logística que elevam os custos das exportações nacionais.

"Nossa proposta não é que o governo restrinja as importações, o que significaria um retrocesso. De forma geral, as importações são bem-vindas, pois trazem competitividade à economia, mas elas têm que ser uma concorrência honesta. O que o país não pode aceitar é o dumping, o subfaturamento, a pirataria e outras práticas desleais de concorrência", disse Giannetti, que participou do seminário O Papel da Indústria no Crescimento do Brasil, promovido na sede da Fiesp.

No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o país esteja vivendo um processo de desindustrialização e anunciou que pretende retomar, ainda este ano, as discussões em torno da reforma tributária. Segundo o ministro, é possível negociar com os governadores, até o fim do ano, medidas para acabar com a chamada guerra fiscal entre os estados.

"A indústria se consolidou e eu questiono essa discussão. O que houve em todo o mundo foi um avanço da participação do setor de serviços no PIB (Produto Interno Bruto). Não há, a meu ver, desindustrialização", afirmou o ministro.

Segundo Mantega, embora a participação percentual dos resultados da indústria no PIB tenha caído de 41,6%, em 1992, para 24,5%, em 2009, o setor voltou a crescer de forma sustentável, estimulado principalmente pelo aumento da demanda interna. O ministro lembrou que essa redução ocorreu em função da expansão do PIB no período e de um maior crescimento proporcional do setor de serviços.

No primeiro semestre deste ano, de acordo com o ministro, o crescimento industrial ultrapassou os 14%, o que, para ele, representa um evidente fortalecimento do setor. Mantega destacou ainda que para manter a indústria nacional competitiva será necessário fortalecer as políticas na área, investir na infraestrutura e reduzir tributos.

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