Empresas devem trabalhar em rede para reduzir custos na exportação
As empresas de pequeno e médio portes têm que trabalhar em rede, afirmou o especialista em comércio internacional Nicola Minervini, durante workshop promovido pela FIESC, nesta quarta-feira (29). Companhias desse tamanho têm dificuldade de competir sozinhas no mercado internacional, que exige produtos excelentes e, por conseqüência, investimentos.A partir do momento em que se trabalha em grupo, há divisão dos custos e os benefícios são coletivos, disse Minervini, autor do livro "O Exportador", uma referência para quem trabalha na área.Como exemplo de sucesso de trabalho em rede ele citou a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), que criou a marca "By Brasil". Os associados formaram um consórcio, focado no mercado externo, em que cada empresa segue com seu próprio nome, mas na hora de exportar leva a identificação "By Brasil". Por meio dessa forma de organização, as companhias conseguem reduzir os custos com a promoção dos produtos, minimizam riscos, compartilham tecnologias e têm mais facilidade de acesso a novos mercados.
O especialista afirmou que nos países latinos há uma cultura de se trabalhar de forma individual. Para ele, isso é uma barreira que precisa ser superada. "A exportação é a melhor escola da competitividade. Se uma empresa exporta, ela tem que se confrontar com a concorrência internacional e acaba descobrindo novas aplicações para os produtos e novas exigências do consumidor", disse. Para ele, hoje, exportar é uma questão de sobrevivência para as empresas. Apesar de existir um grande mercado interno, ele ressaltou que há muita concorrência externa e para se sobressair tem que conhecer o mercado internacional para saber como se está vendendo lá fora.
Antes de ingressar no comércio exterior, a empresa devem se preparar, alerta Minervini. O primeiro passo é fazer uma avaliação da capacidade exportadora, que é diferente da capacidade de produção. Muitas vezes, a companhia tem sobrando determinado produto, mas ele não é exportável, pois o mercado internacional exige adaptação da marca e de características técnicas, por exemplo. Um erro muito comum é o uso de preço único para todos os mercados, sendo que a estrutura de custos e as tarifas são diferentes em cada país.
Para Minervini, exportar exige paciência, pois é uma atividade de médio e longo prazo. Apesar da globalização e dos avanços da internet, as empresas precisam conhecer as diferenças culturais. "Em muitos países ainda se faz negócio cara a cara", disse. Ele chamou a atenção para a importância de se fazer pesquisas de mercado. "Não dá para se atirar a esmo. Temos que identificar o mercado mais correto e o segmento que pode ser mais lucrativo". Outro fator que ele considera importante é a questão logística, pois o produto tem que chegar no "outro lado do mundo" da forma mais competitiva possível.
Start Export: para as empresas que querem ingressar no mercado internacional ou ampliar o mercado de atuação, a FIESC tem o programa Start Export. Iniciativa que busca minimizar riscos e otimizar os resultados de pequenas e médias indústrias na exportação. O programa engloba um conjunto de soluções que compreende diagnósticos e treinamentos, o desenvolvimento e a execução de um plano de ação voltado ao comércio internacional e a assessoria permanente, realizada por profissionais especializados. Em 2009, doze indústrias do estado participaram do Start Export.