Crescimento chega antes dos navios
Os operários trabalham em ritmo acelerado para preparar o porto de Itapoá para receber os primeiros navios. As cargas devem começar a chegar no início de novembro, vindas da China. A inauguração oficial está prevista para dezembro, mas a cidade já sente os reflexos da instalação do novo empreendimento.Os terrenos e os aluguéis de imóveis estão mais caros, pessoas estão ganhando dinheiro fazendo negócios em diferentes segmentos e empresas prospectam e compram áreas na região próxima ao terminal. É mais um empurrão para uma cidade que se acostumou a crescer em um ritmo maior do que o nacional. Segundo o IBGE, entre 2000 e 2007, o PIB da cidade aumentou, em média, 6,53%, mais do que o dobro do país (veja gráfico ao lado). E a população, pulou de 8.839, em 2000, para 14.225 neste ano, um crescimento da ordem de 60%.
As empresas também estão começando a se instalar em Itapoá para aproveitar os melhores terrenos. Pelo menos duas grandes áreas já foram compradas bem perto de onde será a entrada do porto pela rodovia SC-415.
Uma das companhias que já fecharam negócio é a FastCargo Agenciamento de Cargas, de Campo Bom (RS), que está construindo um centro logístico. Ele será uma extensão do porto de Itapoá e vai oferecer serviços aduaneiros.
A empresa está investindo aproximadamente R$ 120 milhões. Quando estiver pronto, em 24 meses, o empreendimento vai gerar 200 empregos. Até lá, na fase de construção, serão 350 postos.
O porto de Itapoá deverá ser inaugurado em 22 de dezembro. O empreendimento, que custou R$ 475 milhões, terá a capacidade de movimentar mais de 300 mil contêineres por ano. As obras estão na fase final. O cais já foi concluído e 90% das obras do prédio administrativo já foram feitas.
O problema está na construção e pavimentação da SC-415, a rodovia que vai fazer a ligação entre o novo porto e a SC-412. Mesmo com a promessa do governador Leonel Pavan, feita em 17 de setembro, de que as obras estariam prontas antes da inauguração, houve pouco avanço.
Segundo o Deinfra, desde 2008, foram 820 dias de trabalhos na rodovia até o final de junho, com 57,8% do tempo comprometido por causa das chuvas. O órgão acredita que ainda será possível entregar a rodovia no prazo.