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Governo estuda medidas para conter a alta das importações.

O governo, nos últimos dez dias, tomou uma série de medidas para conter a valorização do real e também para diminuir o impacto das importações no saldo comercial do Brasil e alavancar as exportações brasileiras.

A primeira posição do governo foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que elevou de 4% para 6% a alíquota do Imposto sobre operações financeiras (IOF). Depois houve a redução para 2% da alíquota de importação de 158 produtos anunciada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligada ao Ministério do Desenvolvimento (Mdic). Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo poderá implementar novas ações para diminuir as importações e ajudar o equilíbrio comercial.

"Nós poderemos implementar novas ações para diminuir as importações e ajudar no equilíbrio da balança comercial", disse Lula. "Na hora em que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, me disser que as importações estão incomodando, nós iremos tomar medidas rapidamente. Por enquanto o que o ministro acha não é isso. Jorge acha é que a gente não tem que diminuir as importações, mas continuar trabalhando para aumentar as exportações", explicou Lula, ao lhe ser perguntado como o governo iria conter a alta das importações.

O presidente afirmou que, além do ministro do Desenvolvimento, o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também estão orientados a manter a atenção "24 horas por dia".

"Hoje a balança comercial está favorável, com uma perspectiva de US$ 195 bilhões de exportações, gerando superávit comercial", disse Lula.

De acordo com Miguel Jorge, o governo anunciará a nova meta do superávit da balança comercial de 2010 na próxima semana. A previsão atual é que o País fechará o ano registrando saldo positivo de US$ 15 bilhões. No entanto, esse número foi ultrapassado, conforme as projeções do governo, e nesta segunda-feira (25) será conhecida a nova meta. Atualmente, são estimadas para 2010 exportações da ordem de US$ 190 bilhões e importações de US$ 175 bilhões, resultando no saldo que será revisado.

Sobre a razão da mudança para cima da projeção do saldo comercial, Jorge disse que há uma pressão maior das exportações. Contudo, o ministro não disse quais setores teriam auxiliado essa alta. O último Boletim Focus do Banco Central aponta para este ano um superávit da balança comercial de US$ 15,85 bilhões.

Miguel Jorge criticou a divulgação, feita por analistas, de previsões da balança comercial do próximo ano tão díspares que apontam de um déficit de US$ 6 bilhões a uma repetição do superávit de US$ 15 bilhões.

"Não acredito em analistas desde o tempo que eu era jornalista", afirmou o ministro, que completou: "Pelos dados apresentados até agora, vimos que a indústria brasileira é sólida e diversificada, passa por um excelente momento em termos de investimento e de geração de emprego e tem competitividade em vários setores, com boas perspectivas para o futuro. São sinais claros de que não há desindustrialização", disse o ministro Miguel Jorge, em reunião promovida pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

Com base em projeções do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Jorge disse que até 2013 está previsto investimento de mais de R$ 1 trilhão, quantia 9,1% superior à do período de 2005 a 2008.

Para a indústria especificamente, o crescimento previsto é de 74,8% se considerados os mesmos períodos. "O crescimento médio anual previsto para o investimento na indústria é de 11,8%, também maior do que nos outros dois setores."

O ministro reforçou a importância de uma política que evite a desvalorização do real, a necessidade de desonerar os investimentos produtivos, ampliar e melhorar a formação de mão de obra qualificada e manter o BNDES como importante instrumento de financiamento do setor no longo prazo.

"Todo mundo está percebendo que existe uma guerra cambial e nós precisamos, no G-20, discutir e dar uma solução definitiva para isso", completou Lula.

O Brasil reclamou, em Seul, de outras nações que estariam forçando a desvalorização de sua moeda como forma de beneficiar suas exportações.

O Brasil vê os Estados Unidos como o responsável pela desvalorização do dólar frente a outras moedas. Isto porque o governo americano, para estimular sua economia, está imprimindo mais dinheiro, o que tende a valorizar a moeda de outros países.

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