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Rio Grande está pronto para se tornar o porto do Mercosul

Terminal marítimo do Estado concluiu neste ano o aprofundamento dos canais dos molhes da barra e ampliação do calado de 40 para 52 pés

O porto do Rio Grande tem motivos de sobra para comemorar seu 95º aniversário, no dia 15 de novembro, em alto estilo. O ano de 2010, para o porto, foi marcado por grandes realizações. Entre elas o aprofundamento do calado dos canais de acesso do terminal - uma das obras mais importantes para as operações dos navios e que era aguardada há vários anos.

Com a obra, iniciada em setembro de 2009 e concluída em agosto deste ano, o porto passou a contar com 18 metros de profundidade no canal externo localizado fora dos molhes da barra - com 12.974 metros de comprimento -, que antes era de 14 metros. Já no canal interno entre os molhes da barra e o píer petroleiro, que conta com 11.700 metros de extensão, a profundidade passou dos 14 para 16 metros. Os serviços de dragagem de aprofundamento foram executados pelo consórcio formado pelas empresas Odebrecht (brasileira) e Jan de Nul (holandesa).

A obra contou com investimento de R$ 196 milhões, sendo R$ 147, 5 milhões por parte da Secretaria de Portos (SEP), através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 48,5 milhões por parte do governo do Estado.

Mas a homologação do novo calado, que aumentará de 40 para 52 pés, depende ainda da implantação de um sistema de sinalização e balizamento dos canais de acesso. O sistema escolhido pela Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg) foi submetido à Marinha Mercante e à Praticagem do porto que sugeriram mudanças. Agora o projeto está em fase de adequações para a abertura da licitação.

O sistema proposto inicialmente, o VTMS (Vessel Traffic Management System, ou sistema de monitoramento e gerenciamento do tráfego das embarcações) é composto por 18 bóias de sinalização náutica inteligentes, que reforçariam o sistema de sinalização náutica já existente.

A diferença é que as novas bóias possuem sensores inteligentes e são monitoradas por radar, integradas por radiofrequência GSM e interligadas a diversas estações estrategicamente posicionadas ao longo dos canais e bacias de evolução a serem monitorados.

Mas, mesmo antes do término da obra na sua totalidade, assim que o canal interno do porto rio-grandino já se encontrava com 16 metros de profundidade, o calado do porto foi ampliado de 40 para 42 pés. Com a alteração, o porto passou a ter um calado parcial até que fosse concluído o canal externo. Segundo o superintendente do porto do Rio Grande, Jayme Ramis, a aumento de dois pés foi estratégico para atender ao escoamento da safra de grãos do Estado.

O superintendente explica que a obra de aprofundamento do canal de acesso só foi possível graças à ampliação dos molhes da barra. “Estas duas obras não são isoladas, uma é dependente da outra. Isso porque de nada adiantaria dragar o canal sem a contenção dos molhes, pois com a movimentação e força das marés, em pouco tempo o canal estaria assoreado novamente”, justifica Ramis.

Ainda falta a construção de 34 metros do molhe Leste para que a estrutura atinja os 370 metros previstos na obra de prolongamento. A modernização do cais do Porto Novo também estava no rol de obras previstas para o início este ano. Mas, segundo Ramis, a licitação foi aberta em abril e cancelada em agosto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por irregularidades no processo de licitação.

O projeto previsto para a nova obra seguiria o mesmo padrão dos 450 metros do cais já revitalizados pelo governo do Estado. A obra seria realizada com recursos do PAC, previstos no Orçamento Geral da União para 2010 e foi orçada em R$ 113 milhões. O projeto de modernização do cais do Porto Novo, contratado pela Suprg e elaborado pelo consórcio JD & EVB (JD Engenharia e Arquitetura Ltda e EVB Projetos Estruturais Ltda), previa a reconstrução de 1.125 metros do cais, com a execução de uma nova plataforma portuária em concreto armado pré-moldado.

A estrutura avançaria 11,2 metros para dentro do canal o que permitiria o aprofundamento do calado de 31 para 40 pés, possibilitando a atracação de navios de até 75 mil toneladas de porte bruto (TPB) e a utilização de equipamentos portuários modernos e de grandes capacidades.

Ao todo a previsão de pavimentação com concreto armado seria de uma área de aproximad amente 13.300 m2. Somando-se a parte já revitalizada, com a conclusão da obra, o Porto Novo passaria a contar com 1.575 metros de cais modernizados. Como a obra ainda não foi licitada novamente, Ramis acredita que ela possa ser realizada juntamente com a modernização dos outros 30 metros de cais previstos nas obras do PAC 2, se não for iniciada neste ano.

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