Terminais planejam atingir capacidade de 1 bilhão de toneladas III
Responsável por quase um quarto da balança comercial passando por seu canal de navegação, Santos opera no limite e aposta num ambicioso plano de duplicação da área para atender um volume projetado de 230 milhões de toneladas em 2024- aumento de 140% sobre as 95,5 milhões de toneladas estimadas para 2010. Para dar conta do recado atual, estão em curso investimentos que perfazem R$ 3,18 bilhões em ampliações e novos terminais. Dois deles terão dimensões semelhantes ao Tecon Santos - Embraport e BTP, cujos investimentos representam R$ 1,2 bilhão e R$ 1,6 bilhão, respectivamente, segundo a autoridade portuária.
Apesar de defender a tese do ganho de escala, que privilegia grandes instalações para baratear os custos de operação, o presidente do porto de Santos, José Roberto Serra, alerta para a necessidade da existência de empreendimentos médios. "Não é certo pensar que Santos só vai receber megaembarcações.
Nós vamos continuar com navios de porte médio, de 3ª e 4ª gerações. Os de 5ª e 6ª vão chegar para os grandes terminais. Mas quem atende os menores? E a cabotagem? São os terminais de porte médio", responde.
Tanto faz sentido, diz Serra, que o Tecondi está investindo cerca de R$ 185 milhões na ampliação de sua capacidade para movimentar 700 mil Teus por ano.
De toda maneira, a expansão da oferta para contêineres em Santos é premente. O porto já trabalha muito próximo do teto de 3 milhões de Teus que o conjunto de instalações pode operar anualmente: 2010 deve recuperar os patamares de 2008, quando foram escoados 2,8 milhões de Teus em Santos.
"Existe uma discussão imensa sobre se a capacidade atual portuária brasileira é suficiente. Na minha visão, o maior problema não é falta de porto, é a infraestrutura de acessos", diz Cade, da CSN.
Especificamente sobre o segmento de contêineres, ele sustenta que vários terminais têm planos de expansão e boa parte tem capacidade ociosa, como é o caso do Sepetiba Tecon, em Itaguaí.
Hoje o terminal está operando com 60% de seu potencial, que é de 450 mil Teus por ano. As obras de ampliação preveem R$ 140 milhões em equipamentos e complementação do berço de atracação para aumentar a oferta, que saltará para 600 mil Teus. "Estamos a 300 quilômetros em linha reta e temos capacidade para ajudar a desafogar Santos", avisa.